domingo, 2 de outubro de 2011

Frutos



O anel pesava, sufocava e apertava-lhe o pescoço como a corda de uma forca. Os anos sucederam-se e apenas deixaram frutos estiolados e azedos. Decidiu que nessa noite seria escrita a última página da tragédia. Mas ele não veio dormir a casa. Os dias passaram sem notícias dele. A polícia fez poucas perguntas e nunca mais voltou. As pessoas começaram a soltar calúnias. Ela não se importou. Vestiu-se de negro, enterrou o anel no quintal e saboreou as laranjas, agora, doces como o mel.

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